segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013


Carreria de resultados22/02/2013 | 16h12

Contabilidade, a quarta profissão mais demandada pelo mercado no mundo

Contabilidade, a quarta profissão mais demandada pelo mercado no mundo Reprodução/Reprodução
Juarez Domingues Carneiro, presidente do Conselho Federal de ContabilidadeFoto: Reprodução / Reprodução
Estela Benetti
Uma carreira milenar, mas que continua forte no mercado brasileiro e internacional é a de contador(a). No espaço Estela Entrevista, o presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), o contador catarinense Juarez Domingues Carneiro, também presidente do Grupo Latinoamericano de Normatizadores de Informações Financeiras, fala sobre a campanha que o conselho vai fazer para valoriza mais os profissionais no país e destaca a alta empregabilidade do setor.
>>  Confira a entrevista com o contador Juarez Domingues Carneiro
Segundo Carneiro, contador é a quarta profissão mais demandada do mundo, ou seja, a quarta que mais oferece oportunidade de trabalho. Muitos estudantes de graduação conseguem emprego ou estágio no primeiro semestre do curso.
— A contabilidade é a ciência da informação. Qualquer decisão de uma empresa ou de uma família necessita de informações que a contabilidade oferece. Decisões baseadas em dados reais significam uma possibilidade de acerto muito grande — explica o presidente do CFC.
Segundo ele, Contabilidade é um dos cursos com a maior relação custo-benefício. É uma ciência que tem uma demanda muito grande por profissionais.
— Tem um imenso mercado. É a quarta profissão mais demandada do mundo. Era a quinta. No Brasil temos, hoje, um mercado de trabalho muito amplo. Basta olhar em jornais e revistas a oferta de empregos. Temos estudantes na primeira fase que estão estagiando ou empregados — comenta.
Juarez Carneiro criticou a expressão "contabilidade criativa" usada pelo ministro Guido Mantega para justificar alterações no balanço das contas nacionais. Segundo ele, não existe contabilidade criativa. Existem normas e o que é certo e errado. Contabilidade é a ciência da transparência.
DIÁRIO CATARINENSE

    segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

    Escolher errado no início da carreira pode comprometer o futuro

    Por Ana Cláudia Landi | Para o Valor, de São Paulo

    Prever o futuro no mercado de trabalho tem se mostrado uma tarefa praticamente impossível. Inovações tecnológicas, organizacionais e constantes mudanças no cenário econômico fazem com que áreas até então promissoras percam espaço rapidamente para outras antes desvalorizadas. No entanto, independentemente do cenário que o profissional vai encontrar, especialistas são unânimes em citar a importância dos primeiros anos da carreira para a concretização de uma trajetória sólida.
    "O sucesso é resultado de um conjunto de escolhas. O jovem que está saindo da graduação e começando a abraçar uma carreira tem que, antes de qualquer coisa, descobrir aquilo que gosta, o que o faz vibrar", diz Irene Azevedo, professora de gestão de pessoas da BBS Business School e diretora de negócios da LHH/DBM.
    Segundo Irene, essa é a época de arriscar. "Aos vinte e poucos anos é possível experimentar áreas e competências. Melhor errar nessa fase, que errar a vida toda." Irene, que foi gestora durante 24 anos na IBM Brasil, consultora de recursos humanos na Ticket e gerente na KPMG, destaca também a importância dos cursos rápidos, como os de extensão, além dos programas de trainees. "São fundamentais para conhecer funções, culturas empresariais e fazer contatos."
    Darcio Crespi, sócio da Heidrick & Struggles, ressalta que o período logo após a faculdade é o mais indicado para testar aquilo que se aprendeu em áreas diferentes da graduação. Avaliar oportunidades e competências, no entanto, é bem diferente de ficar pulando de galho em galho. "Isso só atrapalha. É preciso eleger um campo de ação dentro de uma escolha maior, feita na graduação".
    Na opinião de Crespi, o mais importante é o jovem ter certeza da carreira escolhida. Para exemplificar, ele conta a história de quando foi contratado por um grande hospital de São Paulo para escolher o novo presidente. "Cheguei a um executivo de uma das maiores empresas de seguro-saúde do Brasil. Quando ele foi entrevistado e soube para onde era a vaga, desistiu. O curioso é que ele era médico e disse odiar hospitais. Eu imaginei como o curso de medicina deve ter sido conflituoso para ele."
    Histórias como essa, de dúvidas ou derrapagens na carreira, estão longe de serem casos raros. Segundo estudo do Instituto Lore, consultoria americana de desenvolvimento profissional, a taxa de executivos de alto potencial cuja carreira saiu do trilho em relação à trajetória anteriormente planejada está entre 33% e 66%.
    Para Van Marchetti, diretora da Attitude Plan e professora do Senac SP e do MBA da Universidade São Francisco (USF), a escolha do curso superior deve ser planejada em família. "Nesse momento é muito importante a participação e não a decisão dos pais. Perguntas, mesmo que aparentemente pueris, como o que quer ser, o que gosta de fazer e onde quer estar daqui a alguns anos podem ajudar bastante."
    Na sua opinião, o autoconhecimento é de grande valia nesse momento e um teste vocacional pode ajudar. "Ele talvez não seja infalível, mas certamente será um bom orientador quanto à área de atuação mais condizente com o perfil", afirma.
    Jaqueline Silveira, gestora de carreiras do Ibmec/MG, não recomenda que os cursos complementares e de especialização muito longos sejam feitos imediatamente após a graduação. Isso porque já foi dado um passo importante do ponto de vista acadêmico e a hora, agora, é de testar a empregabilidade. A consultora recomenda projetos de intercâmbio, processo de trainees e estágios. São nesses últimos que o profissional irá conferir competências, pontos fortes e fazer contatos.
    Ente os cursos em alta, ela cita os que garantem certificações em línguas, administração ou recursos humanos. São mais baratos que as pós-graduações e MBAs, que podem ser feitos depois, quando a carreira estiver mais estabilizada.
    Crespi, da Heidrick & Struggles, destaca que o MBA é importante para o executivo mais experiente e com uma vida profissional mais clara. "É um curso baseado na troca de experiências. Fundamental, mas desaconselhado para quem ainda está começando".
    Desse modo, para quem já está no mercado e pensa em crescer profissionalmente, Van Marchetti, da Attitude Plan, sugere perguntar a si mesmo se está surpreendendo o empregador, entregando mais que o esperado, antes de cobrar um reconhecimento. "Crie uma lista com o que você faz de melhor tecnicamente e quais são as suas habilidades comportamentais. Desenvolver a oratória também é fundamental", diz. Ela ressalta que quem fez um curso de graduação muito técnico e está almejando um cargo de gestão, por exemplo, precisa buscar uma complementação em áreas como liderança.
    Já aos mais jovens, a recomendação é se aprofundar nas oportunidades de emprego que surgirem, como o estágio. "É preciso não apenas atender às expectativas da gestão, mas superá-las."

    Experiência na universidade ajuda jovem a decidir melhor

    Aos 22 anos e aluno do sétimo período de administração do Ibmec/MG, Gustavo Jardim tem seguido à risca as dicas que recebeu da área de gestão de carreiras da escola. "Tento participar de monitorias e estou sempre atento a estágios e programas de trainees", afirma. Hoje, ele trabalha como estagiário no Instituto Áquila, especializado em soluções de gestão. A empresa busca anualmente graduandos em engenharias, administração, ciências contábeis, comércio exterior, economia e tecnologia da informação e paga um salário médio de cerca de R$ 4 mil. Recentemente, Jardim foi aprovado para estágio na Ceva Logistics e agora decide se fará os dois.
    Seu colega de classe, Luciano Hanum Albuquerque optou por fazer programas de intercâmbio para estudar línguas e realizar algum curso que garanta certificação. Sua escolha foi trancar um semestre da escola para estudar na Irlanda e aperfeiçoar o inglês. Albuquerque foi diretor de projetos na Ibmex Consultoria Empresarial Jr., empresa júnior que proporciona experiência profissional aos alunos do Ibmec. Também aproveita a estadia no exterior para refletir e definir o que exatamente quer da carreira.
    Aos 30 anos, Kairalah Saade é gestor na AGV Logística, onde comanda uma equipe com mais de 30 colaboradores. "Desde que entrei na empresa, coordenei projetos de redução de custos, implementação de novos processos e avaliação de investimentos", conta. No início da vida profissional, Saade fez vários cursos que o ajudaram a definir competências, pontos fortes e fracos. Nesse período, trabalhou nas companhias Covabra, Howden South America e Atric.
    Com a carreira mais estabelecida, optou pelo MBA de gestão estratégica de negócios na Universidade São Francisco (USF). "Aprendi que cada pessoa tem uma personalidade. Se o gestor entender isso, poderá prever a melhor função para um determinado colaborador, que vai trabalhar mais motivado e, consecutivamente, trazer melhores resultados", afirma.
    De acordo com especialistas, entre os cursos breves recomendados aos jovens profissionais alguns já ganham destaque nas grandes escolas de negócios do mundo. Tanto em matérias obrigatórias como optativas, questões como energia e risco climático vêm conquistando espaço.
    Na escola de negócios Judge, da Universidade de Cambridge, por exemplo, existe uma grande concentração de disciplinas ligadas à energia e meio ambiente. Já em Tuck, do Dartmouth College, há uma disciplina optativa de administração e mudanças climáticas que abrange conteúdo relativo às implicações da legislação ligada à energia - como os impostos de emissão de gás carbônico e determinações referentes à energia renovável. Já o Massachusetts Institute of Technology (MIT) fundou a divisão de sistemas de engenharia para abordar problemas misturando conceitos de engenharia, gestão e ciências sociais. (ACL)
     
    Fonte: Valor Econômico

    A nova realidade trabalhista


    *Por Sérgio Amad Costa
    Vivemos um momento em que as mudanças nas formas de produção e prestação de serviços ocorrem com uma velocidade muito grande. O ordenamento jurídico trabalhista precisa ser reformado para acompanhar e se adaptar a esses novos tempos, mas tal necessidade é vista por muitos como um retrocesso e perda de conquistas dos trabalhadores.
    Tivemos, no século passado, várias alterações nas formas de trabalho. Mas elas, diferentemente das de agora, foram sendo feitas de forma lenta e gradual. Vale recordar as principais.
    Em 1910, o americano Frederick Taylor (1856-1915) introduz o conceito de divisão de tarefas nas fábricas. Visava a evitar o desperdício de tempo e aumentar a produtividade. Surge a era da função repetitiva, que desumaniza os trabalhadores. Henry Ford (1863-1947), também no início do século passado, funda a Ford e cria a linha de produção em massa, sustentada pela padronização dos processos.
    No início da década de 1930, o sociólogo australiano Elton Mayo (1880-1949) realiza um importante estudo na Western Electric Company, nos EUA. Inicia-se, nas empresas de ponta, sob a influência desse estudo, uma tímida valorização do ser humano no trabalho. Em 1937, Kiichiro Toyoda (1894-1952) funda a Toyota, criando o sistema de produção enxuta, sustentado pelo conceito "just-in-time": a peça necessária, na quantidade necessária, no momento necessário. Operários passam a ganhar mais autonomia com essa forma de produção.
    Em 1954, o austríaco Peter Drucker (1909-2005) publica A Prática da Administração, lançando as bases da gestão moderna. Com suas teses, as relações trabalhistas passam a ser mais valorizadas. Nos anos 70, começam a surgir novas ferramentas para as mesas de trabalho: microcomputadores e softwares. Finalmente, o século 20 se encerra com uma geração que trabalha na internet, criando uma cultura profissional baseada na liberdade e na criatividade.
    Aquelas transformações foram, aos poucos, acontecendo durante o decorrer de um século e sendo incorporadas pelas empresas. Entretanto, o que vivemos hoje não é só uma transformação. Assiste-se, agora, a uma verdadeira revolução impulsionada pela tecnologia, pela velocidade da comunicação e pela globalização da economia, gerando mudanças radicais no trabalho. Porém o Brasil não está fazendo nada, em relação à nossa tão ultrapassada e engessada legislação trabalhista, para conseguir participar deste novo processo.
    Vários exemplos podem ser citados para mostrar o descaso diante dessa questão. Apresento dois.
    Um diz respeito à terceirização. Não tenho dúvida sobre a importância dela nesta nova era. Com o avanço da tecnologia, é muito mais fácil terceirizar, criteriosamente, uma atividade produtiva ou parte de uma prestação de serviço. Num futuro breve, será inevitável a intensificação desse recurso. Mas, por incrível que pareça, esse processo ainda é normatizado juridicamente por uma súmula do Tribunal Superior do Trabalho, a n.º 331. Essa é a única orientação de que dispomos sobre o assunto.
    O outro exemplo está na tendência irreversível do trabalho em casa (home office) ou a distância. A Lei n.º 12.551/2011, que disciplina o teletrabalho, segue estritamente a lógica de quem presta serviço dentro dos muros da empresa. Portanto, ela já tem gerado confusão e riscos para os empregadores no que tange às horas extras, às jornadas de trabalho e à própria utilização das ferramentas de tecnologia pelos profissionais.
    Cumpre pensar nas atuais relações trabalhistas para elaborar uma legislação flexível, adequada às mudanças que agora ocorrem. De nada adianta criar leis, visando a atender a esse novo momento, se forem meros complementos para a nossa ultrapassada e engessada Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A reforma trabalhista não é retrocesso. Pelo contrário, é a chance de novas conquistas sustentáveis, tanto para os empregados quanto para os empregadores, diante desta nova realidade tecnológica e globalizada.
    * É PROFESSOR DE RECURSOS HUMANOS E RELAÇÕES TRABALHISTAS DA FGV-SP 
    Conteúdo disponivel através do link:http://www.estadao.com.br/noticias/impresso%2ca-nova-realidade-trabalhista-%2c992085%2c0.htm